Em operação da Polícia Civil do DF, 15 faccionados foram presos e quatro estão foragidos. Essa é a quarta maior operação da corporação, que visa desarticular a organização criminosa na capital
Armas, carros de luxo,
drogas e munições foram alguns dos itens apreendidos pela Polícia Civil do
Distrito Federal (PCDF) no âmbito da operação Cáfila, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17/11), que prendeu 15 integrantes do Comboio do Cão, maior facção criminosa da capital federal
que atuava com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A Justiça do DF expediu 19 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão. Quinze foram detidos e quatro estão foragidos. A operação, que envolveu mais de 220 policiais, incluindo agentes, escrivães e delegados, cumpriu mandados nas regiões do Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, Gama, Paranoá e Águas Claras, além de cidades do entorno, como Luziânia. Além disso, foram cumpridos dois mandados de sequestro de imóveis luxuosos adquiridos com dinheiro ilícito da facção.
Inteligência criminosa
Com a participação do
Ministério Público do Distrito Federal, a polícia desvendou a logística de
tráfico de drogas e armas de fogo advindas da fronteiriça do Brasil com o Paraguai.
O grupo monitorava os inimigos para garantir o domínio territorial. Para lavar
o dinheiro do crime, eram adquiridos bens móveis e imóveis em nome de
terceiros, encobrindo origem dos montantes, além de usarem diferentes
endereços bancários de forma sucessiva até a sua conversão em espécie.
Entre os detidos, estão
dois suspeitos de assumirem o comando da facção no lugar de Wilian Peres
Rodrigues, o Wilinha, preso em abril deste ano em Paranhos (PS), depois de
ficar dois anos foragido. Segundo o delegado, um deles ficava responsável por
abastecer as munições e outro era encarregado pela área financeira da
organização. “Atualmente, há cerca de 30 homicídios imputados. Com as
investigações, vamos conseguir elucidar grande parte desses crimes. Boa parte
desses homicídios estão ligados à guerra por pontos de tráfico”, frisou o
investigador.
O Comboio do Cão
Na terça-feira (16/11),
o Correio revelou, com base em inquéritos policiais, processos e
depoimentos de testemunhas sigilosas, como funciona a estrutura da facção e
como os membros se articulam para traficar drogas e matar adversários. Formada
há mais de 10 anos a partir da disputa de gangues, o Comboio do Cão, age com
requintes de crueldade e tenta se instalar na capital, mas sofre seguidos
reveses da polícia.
Membros da organização
criminosa participaram de, ao menos, dois casos de extrema violência nos
últimos 10 dias: a morte de uma jovem, de 21 anos, em um motel de Taguatinga, e
a tentativa de homicídio contra um sargento da Polícia Militar (PMDF) no Riacho
Fundo 2. Desde o surgimento, a base da facção opera em pontos estratégicos da
região admirativa, como em bares e em casas de criminosos. >> Reportagem e Imagens: Correio Braziliense | SBT Brasília