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Na era do empreendedorismo, universidades precisam estimular estudantes a inovar


Ninguém nasce sabendo empreender. Na verdade, é comum ouvir de empreendedores bem sucedidos e inovadores que esta habilidade, considerada uma das mais valiosas no atual mercado de trabalho, exige um aprendizado constante ao longo de toda a vida profissional – entre muitos erros, acertos e dedicação. Mas quando uma universidade se propõe a incentivar a inovação e o empreendedorismo entre seus estudantes desde os primeiros semestres, estes jovens encontram um atalho promissor para aprender a desenvolver soluções e ideias inovadoras que muitas vezes ajudam a transformar para melhor a vida das pessoas e ainda tornam-se oportunidades de negócio.

A Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), instituição com quase 20 mil alunos matriculados em campi em Florianópolis, Palhoça e na região de Tubarão, oferece uma série de possibilidades não apenas para seus acadêmicos, como também para quem vive nesses lugares. Através de ambientes como o iLab, o Laboratório de Inovação e Empreendedorismo no Campus Pedra Branca, em Palhoça, e da Incubadora CRIE (Centro Regional de Inovação e Empreendedorismo), em Tubarão, são desenvolvidas todos os anos uma multitude de ideias de negócios, startups e projetos de pesquisa ou extensão.

— A Unisul não trata inovação e empreendedorismo como disciplina, mas como uma cultura, um fazer acadêmico dentro e fora de sala de aula. Houve um tempo em que empreendedorismo era só abrir um negócio, mas o conceito vai muito além: é a capacidade de as pessoas solucionarem problemas. Em uma universidade, o ambiente deve ser favorável à criação de soluções e inovações que podem ser úteis para a comunidade também gerar oportunidades para empreender — afirma o head de Desenvolvimento e Inovação da universidade catarinense, Fabrício Attanásio.

O gestor está envolvido ao longo de todo o ano de 2020 com a implementação do Ânima Lab Unisul, um hub com espaços físicos em Tubarão e em Pedra Branca que vai fomentar ainda mais a cultura empreendedora dentro da universidade e sua conexão com a comunidade. Desenvolvido junto a professores, estudantes e gestores do Grupo Ânima Educacional e Unisul, que desde novembro de 2019 gerencia a Unisul em parceria com a instituição catarinense, o local pretende ser um centro de encontros de tudo que ocorre na universidade em pesquisa, extensão, projetos, estágios e outros, em um ambiente com jeito de coworking.

— Serão grandes laboratórios de inovação que devem agregar outras estruturas da Unisul, em convergência. Vão ser lugares abertos inclusive para a comunidade externa, conectando estudantes de cursos diferentes e pessoas da região que precisam de ajuda ou querem empreender — antecipa Attanásio.

Professores e mentores

Por mais inovadora que uma universidade se proponha a ser, ela sempre vai precisar de professores. O que pode mudar é a forma como estes profissionais vão trabalhar com seus pupilos.

— Temos que olhar para o aluno e fazer ele compreender que ele agora precisa ser autodidata, curioso, não pode ter medo de tentar. O novo papel do professor é ser mediadores ou mentores desse processo — propõe Juliano Mazute, engenheiro mecânico que dá aulas nos cursos de Design de Moda, Design de Produto, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica e Administração da Unisul. Tendo vivenciado a metodologia em seis aceleradoras de startups na ainda curta carreira de empreendedor, iniciada oficialmente há sete anos, Mazute acredita que a universidade deve ser um espaço de experimentação dos desafios do empreendedorismo e da inovação.

— Precisamos ter prática antes da teoria, e esses laboratórios desenvolvem startups, pequenas ideias e empresas, resolvem pepinos sem solução de empresas que já existem; são ambientes que favorecem essas trocas e práticas. Ali os alunos entendem como solucionar problemas e desenvolvem seus talentos, e são instigados a resolver problemas — avalia Mazute.

Uma das startups mais recentes a surgir dentro do iLab é a RSJ Fortificados. A empresa desenvolvida pelo estudante da última fase do curso de Nutrição, Rafael Santos, surgiu da ideia de criar alimentos fortificados com micronutrientes. O primeiro produto, uma empada reforçada com proteína de soro de leite, já está em fase de patenteação.

— Desde a formação da startup até agora, tivemos a ajuda de professores e mentores do iLab para fazer a ideia acontecer — comenta o estudante, que já sabe com convicção o que quer fazer na vida: empreender.

Parcerias para desenvolver

A funcionária Pâm Bressan, que atua na CRIE e ILAB usa um ditado popular para traduzir a importância de incubadoras para as startups que trabalham nos ambientes oferecidos pela Unisul.

— Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe. Quando se desenvolve uma ideia junto a pessoas com mais experiência e com conhecimentos específicos, elas trazem um olhar de maturidade que um jovem ainda não tem. A incubadora ajuda a desenvolver protótipos, análises e pesquisa de mercado e tudo que envolve a modelagem de negócios. Ela oferece a gama de conhecimentos que a universidade retém para esses empreendedores — explica Pâm Bressan.

Originada em 2005, a CRIE não apenas viabiliza novas micro e pequenas empresas da região de Tubarão como também acaba trazendo para dentro da universidade uma série de oportunidades para quem estuda no campus.

— Isso ocorre através de eventos de capacitação como cafés de networking, workshops, oficinas, missões empresariais, visitas técnicas e palestras com pessoas relevantes do mundo dos negócios, durante todo o ano, tanto para incubados estabelecidos na incubadora como para estudantes da universidade. Em sala de aula, fazemos palestras sobre empreendedorismo, aplicação do Canvas e ferramentas de negócios com os alunos e os incubados participando das atividades. É uma série de benefícios que são estendidos para os nossos estudantes — explica Bressan.

A CRIE ajuda a desenvolver novos negócios não apenas em Santa Catarina, mas também de outros lugares, de forma virtual.

— Já tivemos incubado de outro estado do Brasil desenvolvendo sua ideia conosco — afirma Pâm. Mas a maioria dos empreendedores instalados no local vem mesmo da região da Amurel.

— A maioria dos nossos incubados são ex-alunos da própria universidade e comunidade externa, alguns depois de terem experiência no mercado de trabalho retornam com ideias inovadoras para serem aprimoradas dentro da incubadora da Unisul, outros possuem a ideia durante o semestre da faculdade e trazem para dentro da incubadora. Nos últimos três anos, percebemos um crescimento muito grande no empreendedorismo da região — relata professor Fabrício Attanásio

Transformando sonhos em realidade

Com intuito de proporcionar uma experiência empreendedora durante a pandemia do Covid-19, a Unisul implementou este ano o Ânima Nest Pocket, programa de pré-aceleração de startups remoto, com a duração de 8 semanas. os projetos (ideias de negócios/ startups) foram orientados, acompanhados e mentorados sem a necessidade de fases presenciais. Para facilitar ainda mais a jornada dos estudantes, um app com uma trilha online e gameficada de empreendedorismo, chamado Ânima Nest (disponível nas lojas de aplicativos Android e IOS), foi disponibilizado.

Os estudantes tiveram a oportunidade de de contarem com encontros/workshops online e síncronos, e desenvolverem atividades autônomas e a execução de tarefas propostas no workshop e entregá-las online e o conduziram a estruturação do Pitch final de sua ideias e negócio de impacto, reconhecidos por contribuírem para os ODS da ONU e um mundo melhor.

Além disso, foram diversas webinars especiais chamados de Mentorias Online com líderes Ânima e notáveis do mercado, que os levaram a participação de uma semifinal e a grande final, com premiação para ajudarem a colocar essas ideias em prática. Foi sensacional ver os estudantes e colaboradores em plena pandemia e com as atividades de final de ano conseguirem em 8 semanas tirarem seu sonho de negócio do papel e empreenderem, afirmou professor Fabrício Attanásio que Coordenou o Ânima Nest Pocket 2020 na Unisul.

Fonte: nsctotal

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